Aldo Bonadei nasceu como Aldo Cláudio Felipe Bonadei, em São Paulo no dia 17 de junho de 1906, descendente de imigrantes italianos de classe média e desde criança demonstrava grande interesse pelos seus desenhos. Alguns autores citam que ele fez o seu primeiro quadro a óleo anos nove anos de idade. Por volta dos seus 17 anos de idade começou a levar mais a série o seu interesse pela arte, e passou a tomar aulas com o pintor acadêmico Pedro Alexandrino e também com o amigo da família Antonio Rocco, em seu ateliê onde passou a compartilhas de longas conversas sobre a arte.
Também cursou desenho e artes no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, e no começo dos anos 30 conseguiu ir para a Itália e lá estudou na Academia de Belas Artes de Florença, onde se aprofundou no estudo do nu, e tomar aulas com Ennio Pozzi e o pintor e professor Felice Carne, que foi um discípulo de Eugène Carrière e filiado ao movimento Novecento.
Na Itália começou a desenvolver amizades com outros pintores, principalmente com o professor de arte, Amadeo Scavone, que se tornou um amigo e um mestre, e também um elo importante na evolução de sua carreira artística. Em 1931, retorna ao Brasil e aos poucos vai conquistando amizades com outros pintores e por volta de 1935, se aproxima dos artistas que freqüentam o ateliê de Francisco Rebolo.
Dois anos mais tarde, monta um ateliê em sua própria casa onde também se dedica juntamente com a família na confecção de costuras e bordados, mas continua a manter contato constante com o grupo que freqüenta o ateliê de Rebolo e de Mário Zanini, onde se juntava uma gama de pintores sem maiores pretensões, e sem nenhum compromisso conceitual, que foram se formando espontaneamente em torno desse local.
A maioria deles formados por imigrantes e filhos de italianos como Fulvio Penacchi, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa, mas também descendentes de espanhóis e portugueses como o Francisco Rebolo e Manuel Martins, entre outros. Essa reunião de amigos no ateliê de Rebolo passou a mais tarde a ser conhecida como Grupo Santa Helena.
Todos eles eram de origem humilde e autodidata, e para sobreviverem trabalhavam em atividades artesanais ou proletárias como pintores de parede, açougueiro, bordador, torneiro mecânico, jogador de futebol, entre outros. A união desse grupo perdurou por muitos anos, provavelmente devido a um enorme preconceito em relação a eles, aos imigrantes pobres, por parte não só das elites, mas também por parte dos imigrantes que tinham conseguido fortuna no Brasil. Esse preconceito ficou mais evidente quando os trabalhos do Grupo começaram a despertar interesse e ameaçar posições já definidas.
Nos anos 40 começam as suas primeiras experiências de arte abstrata, produzida a partir da sensibilidade a audição musical, ao participar do Grupo Cultura Musical, criado pelo psiquiatra Osório César, que passa a promover reuniões com diversos artistas, onde estes ouvem músicas e desenham e, em seguida transformam os desenhos em pinturas. Mas, apesar disso continua a produção de naturezas mortas, e obras figurinistas.
Em 1949, passa a lecionar na Escola Livre de Artes Plásticas, a primeira escola de arte moderna de São Paulo. Depois também se torna um dos fundadores da Oficina de Arte, juntamente com Odetto Guersoni e Bassano Baccarini. Na década de 50, com a chegada das bienais, sua obra já culmina em direção da abstração e assim participa da I Bienal de São Paulo e também na Bienal de Veneza em 1952, com obras consideradas como abstrata, trabalhando com diversos materiais como plástico, tecido, papel, bordados e até costuras sobre a tela.
No fim da década de 50, também passa a atuar como figurinista na Companhia Nídia Lícia – Sérgio Cardoso e também em dois filmes de Hugo Khoury. Ainda em 1958, recebe o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea e em 1962, um prêmio de viagem ao estrangeiro no Salão de Arte Moderna de São Paulo, e vai para Lisboa.
Aldo Bonadei morre aos 68 anos de idade, em São Paulo, no dia 16 de janeiro de 1974. Ao longo de sua carreira, Aldo esteve presente em inúmeras exposições pelo Brasil e também no exterior, percorrendo diversos gêneros que vão desde retratos, nus, paisagens, naturezas morte e abstrações informais e geométricas.
Principais Fontes Bibliográficas
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