Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras, no vale do Cariri, no Ceará, no dia 8 de novembro de 1922, filho de Miguel de Souza Martins e Raimunda Costa Martins, e desde a mais tenra idade já demonstrava o seu talento para o desenho. Já nos tempos da escola fora escolhido como orientador artístico da turma da classe. Quando chegou na adolescência foi servir o exército e lá permaneceu entre 1941 a 1945.
Apesar de estar servindo ao exército, continuou sempre fazendo e desenvolvendo seus desenhos nas horas de folga, e numa ocasião se inscreveu no concurso promovido pela Oficina de Material Bélico da 10ª Região Militar, e ganhou o primeiro prêmio com a pintura de viaturas do exército, e assim recebeu a condecoração de “Cabo Pintor”.
Ainda enquanto servia o exército em 1941, participou das atividades da fundação do Centro Cultural de Belas Artes, juntamente com Antonio Bandeira, Raimundo Cela, Inimá de Paula e Mário Baratta, local esse que mais tarde ficou conhecido por Sociedade Cearense de Belas Artes – SCAP. Em 1942, Aldemir junto a outros artistas como Mário Baratta, Barbosa Leite, Antônio Bandeira e João Maria Siqueira fundam o Grupo Artys, em Fortaleza, no Ceará.
Entre 1943 a 1944, fez diversas ilustrações para o jornal Unitário, Correio do Ceará e o Estado, e em 1945, depois de dar baixa no exército resolve vir morar no Rio de Janeiro, mas pouco tempo depois vem para São Paulo, onde as oportunidades de trabalho são bem maiores, e começa a fazer ilustrações para os jornais Correio Paulistano e a Noite.
Aos poucos, Aldemir vai se integrando ao outros artistas da capital paulista, quando é convidado para participar de uma exposição em 1947, formado por 19 pintores, na Galeria Prestes Maia, dois anos após o encerramento da Segunda Guerra Mundial. Entre os 19 artistas, além de Aldemir Martins, estão Antonio Augusto Marx, Luiz P.V. Andreatini e Jorge Mori, entre outros.
A partir dos anos 50, Aldemir começa a colecionar os prêmios mais importantes de sua carreira, dentre as quais se destaca a participação na I Bienal de Artes de São Paulo, onde recebe o Prêmio de Aquisição “Dona Olívia Guedes Penteado”; uma Medalha de Ouro na Bienal Internacional de Desenho e Gravura, em Lugano, na Suíça em 1955, além do Prêmio Desenho na II Bienal de São Paulo.
Em 1956, ganha uma Medalha de Ouro no V Salão Nacional de Arte Moderna no Rio de janeiro e o título de melhor desenhista internacional e o prêmio “Presidente Dei Consigli dei Ministeri” na XXVIII Bienal de Veneza, na Itália, onde se consagra definitivamente e sua carreira passa a ter projeção internacional. Em 1958, participa do Festival Internacional de Arte, Festival Galleries, em Nova Iorque, Estados Unidos. Em 1959, ganha o “Premio de Viagem ao Exterior” no VIII Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Na década de 60, entre muitas outras atividades, faz uma exposição individual na Sala Nebili, em Madri, Espanha e também participa da exposição coletiva “Brasilianische Kunstler der Gegenwart”, em Kassel, na Alemanha e uma exposição individual no Instituto de Arte Contemporânea, em Lima, Peru e em 1968, ganha o primeiro prêmio por grafia na Bienal Internacional de Veneza de 1946 a 1966.
Nas décadas seguintes, Aldemir segue sua vida artística com grande sucesso e se torna, sem sombra de dúvida, um dos artistas plásticos mais conhecidos do Brasil, através de seus traços fortes e tons vibrantes, imprimindo uma grande força e vitalidade, inconfundível e que carrega a marca do homem do nordeste. Aldemir Martins falece no dia 5 de fevereiro de 2006, aos 83 anos, após sofrer um enfarte em sua residência, na zona sul de São Paulo.
Principais Fontes Bibliográficas
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