Genial? Canastrão? Inigualável? Arrogante? Provocador? Um astro? Tudo isso? Seja qual for o adjetivo que o preceda, o fato é que Robert Downey Jr. é alguém que não passa despercebido. E bem da verdade, ele não se importa nem um pouco em ficar sob as luzes dos holofotes.
A história de Robert Downey Jr. é cheia de altos e baixos, como muitos de seus personagens, que na verdade, são extensões do próprio ator, algo que poderia ser comum em todos os atores e seus personagens, mas que neste caso, é mais do que uma simples frase de efeito. Os personagens de Downey Jr. em muito possuem características da vida do próprio ator, que não tem receio algum de contar para todos essa sua história.
Nascido em Manhattan, Nova York no dia 04 de abril de 1965, Robert John Downey Jr. seguiu os passos dos pais na indústria do cinema, desde muito cedo. Com apenas cinco anos de idade, ele já fazia parte do elenco de “Pound”, longa-metragem dirigido pelo pai. Além do pai, que também é ator e produtor de cinema, sua mãe, Elsie Downey é atriz, tendo atuado em diversas produções do marido. O casal tem além de Robert, mais uma filha, Allyson, que atualmente é roteirista e atriz.
Uma curiosidade sobre o nome “Downey” é que não é o sobrenome original da família, já que Robert Sr. passou a adotá-lo em homenagem ao padrasto, James Downey. O sobrenome original de Robert é Elias.
O mundo do cinema era familiar para Robert Jr. assim como as drogas, que o dominaram desde muito cedo, principalmente, pelo fato do pai ter sido usuário durante anos de substâncias ilícitas, principalmente, maconha, apresentando-a ao filho quando ele tinha apenas seis anos de idade. Esse fato é um dos maiores arrependimentos de Robert Sr., como mesmo admite em entrevistas.
Porém, antes da decadência, Robert Downey Jr. manteve o amor pela arte e mudou-se para a Inglaterra aos 10 anos de idade a fim de estudar balé clássico, como forma de ampliar seus conhecimentos. Durante algum tempo, participou da “Stagedoor Manor Performing”, uma importante escola para atores na Inglaterra, especializada em moldar o talento performático nos jovens.
O garoto se mostrava um promissor ator, mas não era um bom aluno, já que era inquieto demais. Estava sempre envolvido em confusões e nunca estava à disposição dos companheiros quando se fazia necessário.
Aos 12 anos, logo após o divórcio dos pais, voltou para os Estados Unidos e foi morar em Los Angeles com o pai. Estudou durante um ano na “Escola Secundária de Santa Mônica”, mas abandonou os estudos para trabalhar num restaurante e numa loja de calçados, a fim de faturar um dinheiro extra enquanto participava de peças de teatro amador. Em 1982, passou a morar com a mãe em Nova York, onde iniciou seus passos na carreira de ator profissional.
Com algumas participações no currículo, mesmo sem formação artística comprovada, a carreira de Robert Downey Jr. na “Grande Maçã” começava a se desenhar, primeiramente em “Quando se perde a ilusão”, de Michael Apted e depois em alguns episódios do famoso programa de comédia “Saturday Night Live”, a convite do amigo ator Anthony Michael Hall. O início dos anos 80 marcou a chegada de Robert Downey Jr. ao cinema, cada vez em produções maiores. Um detalhe interessante é que ele assinava “Robert Downey” nos primeiros filmes.
Os primeiros papeis de maior destaque foram em “Tuff Turff”, como o parceiro do personagem principal vivido por James Spader e um valentão na comédia adolescente “Mulher Nota 1000”, protagonizada por Hall, ambos em 1985. Dois anos depois, ele viveu um conquistador que se apaixona pela jovem garota interpretada por Molly Ringwald em “O rei da paquera”, tornando-se ao lado dela e de vários outros jovens atores, os rostos dos anos 80, naquilo que foi chamado de “Brat Pack”, uma alusão ao “Rat Pack”, grupo de astros do cinema e música dos anos 50 e 60, encabeçados por Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr. o “Rat Pack” era formado pelos atores que ficaram famosos nas clássicas comédias adolescentes da década de 80, produzidas e dirigidas por John Hughes.
No final dos anos 80, Downey Jr. participou de mais alguns filmes marcantes da década, como a comédia “De volta às aulas” (1986), “America” (1986), “Abaixo de zero” (1987), “Johnny bom de transa” (1988), “Rented Lips” (1988), dirigido por seu pai, “1969 – O ano que mudou nossas vidas” (1988), “True Believer” e “O céu se enganou”, esses últimos em 1989. Também esteve no pseudo-documentário “That’s Adequade” (1990). Em todos esses filmes, o ator recebeu boas críticas pelo talento na tela, mesmo em pequenos papeis e participações especiais.
Os anos 90 foram prósperos para o ator, conferindo a ele um reconhecimento maior, além de prêmios e papeis mais desafiadores. Ele atuou em “Air America – Loucos pelo perigo” e “Os loucos casais da Califórnia”, ambos de 1990, seguindo de “Segredos de uma novela” (1991), “The Last Party” (1993), “Morrendo e aprendendo” (1993), um dos seus papeis mais reconhecidos, como um jovem que volta à vida e se vê em meio a espíritos. O papel é lembrado porque no filme ele vive “vários personagens”, ou melhor, encarnações desses fantasmas, provando ser um ator dos mais versáteis. No mesmo ano de 1993 ele fez uma participação no filme de Robert Altman, “Short Cuts – Cenas da vida”, um mosaico de histórias, uma das principais características no filme do cineasta.
Mas foi um ano antes, em 1992, que Robert Downey Jr. viveu seu melhor momento no cinema, quando interpretou de forma magistral ninguém menos que Charles Chaplin, na cinebiografia do mestre da comédia. “Chaplin” lhe rendeu uma indicação ao Oscar de “Melhor Ator” e um prêmio BAFTA de “Melhor Ator”. Com este papel, ele se tornou um dos astros mais importantes e significativos na indústria do cinema norte-americano da época e mesmo já sendo um veterano das telas, sempre era visto como um “rosto jovial”, conquistando admiradores por todo o mundo.
Em 1994, ele protagonizou o romance “Só você” ao lado de Marisa Tomei. Depois disso, aceitou o convite do diretor Oliver Stone para participar de um projeto roteirizado por Quentin Tarantino, um jovem roteirista que começava a dar seus primeiros passos como diretor de cinema, já que estava lançando seu segundo filme “Pulp Fiction – Tempo de violência”. No papel de um repórter sensacionalista em busca da matéria perfeita, sobre um casal de assassinos, Robert Downey Jr. roubou a cena no alucinante “Assassinos por natureza”. Antes disso, porém, ele atuou em “Hail Caesar”, considerado por muitos como o último dos filmes menores de Downey Jr.
No ano seguinte, ele atuou em “O outro lado da nobreza”, ao lado de estrelas como Ian McKellen, Hugh Grant e Meg Ryan, em “Feriados em família” e em “Ricardo III”. Após um pouco produtivo ano de 1996, com apenas um filme, o longa de ação “Zona de perigo”, Robert atuou em 1997 no filme “Hugo Pool” e no suspense “Por uma noite apenas”, ao lado de Wesley Snipes e Nastassja Kinski. Também esteve presente em “Uma paixão para duas”, de James Toback. Em 1998, novamente participou de uma produção de Robert Altman, “Até que a morte nos separe”.
O ator continuou trabalhando, participando de filmes como “U.S. Marshals – Os Federais” (1998), a continuação de “O Fugitivo”, novamente ao lado de Wesley Snipes, além de Tommy Lee Jones, “Até que a morte nos separe” (1998), “Preto e branco” (1999), “Amigos e amantes” (1999) e “A premonição” (1999).
No ano 2000, ele esteve ao lado de Michael Douglas e Tobey Maguire em “Garotos Incríveis’, como um agente literário bissexual e participou da comédia “Os picaretas”, estrelada por Steve Martin e Eddie Murphy, produzida no ano anterior.
Depois de anos nas telas do cinema e de pequenas participações em televisão, Robert resolveu se arriscar mais diante das câmeras de T.V. e entrou para o elenco da série de sucesso “Ally McBeal”, numa atuação que lhe rendeu o Globo de Ouro de “Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para televisão” e um Screen Actors Guild Award de “Melhor performance masculina em série de comédia”. Uma indicação ao EMMY de “Melhor ator em série de comédia” também faz parte do currículo do ator por esse papel.
Robert Downey Jr. sempre se mostrou como um artista carismático e versátil. Por isso, em 2004, ele lançou seu primeiro álbum como cantor, tendo oito canções escritas por ele mesmo, e dois covers. O disco intitulado “The Futurist” foi uma experiência interessante para o ator, que no mesmo ano participou do musical “The Singing Detective”. Antes que o ano terminasse, também integrou o elenco de “Na companhia do medo”, filme estrelado por Halle Berry e Penélope Cruz. Neste mesmo ano, ele participou do filme “Eros”, formado por três segmentos sobre amor e erotismo, dirigido por Michelangelo Antonioni.
No ano de 2005, esteve em “Boa noite e boa sorte”, filme de George Clooney, em “Desafiando o perigo” e em “Beijos e tiros”, dirigido por Shane Black, roteirista de vários filmes de ação, entre eles, a série “Máquina Mortífera”. Um filme de destaque nesse ano é “Zodíaco”, suspense policial de David Fincher, com um elenco de primeira linha, encabelado por Mark Ruffalo, Jake Gyllenhaal. Em 2006, integrou um elenco de astros e estrelas no audacioso projeto de ficção científica “O homem duplo”, que utilizava uma tecnologia para transformar os atores em desenhos animados, e no drama “A pele”, ao lado de Nicole Kidman. Também esteve na comédia “Soltando os cachorros”. No ano de 2007, participou de “Bem-vindo ao jogo”.
O ano de 2005 também foi proveitoso para Robert no âmbito pessoal, quando ele se casou com Susan Downey, com quem teve um filho chamado Exton Elias Downey. O ator já tinha um filho, Indio Falconer, fruto de seu primeiro casamento, com Debrah Falconer.
Mesmo sem estar afastado das telas, Robert Downey Jr. passou por momentos complicados na carreira e na vida pessoal, muitos decorrentes do seu vício em drogas e álcool. Por isso, quando surgiu em 2008 como o herói dos quadrinhos da Marvel, Homem de Ferro, a mídia do mundo inteiro, após conferir sua atuação, decretou “o retorno triunfal” do ator. A escolha de Downey Jr. para o papel do playboy Tony Stark, alter-ego do herói blindado, foi perfeita, pois seu carisma pessoal se encaixou perfeitamente com a postura “brincalhona e arrogante” do personagem. Além disso, o herói é conhecido por seus vícios e questionamentos pessoais, algo totalmente condizente com o momento vivido pelo ator na época. Ele até brinca com seu ego e situação pessoal no curta-metragem promocional do filme, exibido no “MTV Movie Awards”.
O sucesso do filme foi tão grande, que a atuação de Robert redefiniu a forma como o personagem seria retratado nas demais mídias, como desenhos animados e histórias em quadrinhos. Considerado um personagem de segundo escalão pelos próprios fãs da Marvel, o Homem de Ferro pós-Robert Downey Jr. ganhou status de “herói maior” da Casa das Ideias, ao lado até mesmo do Homem-Aranha, principal personagem da editora norte-americana. E pelo baixo retorno que o novo filme do herói aracnídeo alcançou, é certo dizer que seu reinado está ameaçado pelo “cara de lata”, pelo menos na telona do cinema.
A partir daí, a carreira do ator mudou completamente, para melhor, é claro. Mais projetos estavam a caminho e papeis de destaque, sempre com o personagem “Robert Downey Jr.” interpretado pelo ator. A imagem criada pelo ator nas telas se confunde com seu próprio comportamento em entrevistas e cerimônias de premiação. Em todo lugar em que aparece, brinca com as pessoas e se mostra como “a alma da festa”, numa excelente autopromoção como poucos conseguem fazer. É bom lembrar que ele fez uma participação especial no filme “O Incrível Hulk” como Stark, além de ter emprestado sua voz para o game “Iron Man”.
Ainda em 2008, estrelou ao lado de Bem Stiller e Jack Black, a comédia “Trovão Tropical”, como Kirk Lazarus, um autêntico “ator do método” que passa por um processo médico para se “tornar negro” a fim de viver um militar negro no filme. Guardadas as devidas proporções, uma paródia do próprio ator. Mais uma indicação ao Oscar, dessa vez como “Melhor Ator Coadjuvante”.
Em mais um papel “Downey Jr.”, Robert viveu em 2009 o maior detetive de todos os tempos, Sherlock Holmes, no filme homônimo de Guy Pearce, inaugurando uma nova franquia. Mais um Globo de Ouro de “Melhor Performance em Comédia ou Musical”. Também estrelou ao lado de Jamie Foxx o drama “O solista”.
Em 2010, dividiu a tela com um nome popular no mundo das comédias, Zach Galifianakis em “Um parto de viagem” e voltou a envergar a armadura, na verdade, as armaduras em “Homem de Ferro 2”, arrecadando mais alguns milhões de dólares de cachê pelo papel de Tony Stark.
Novamente viveu Sherlock Holmes em 2011, na aventura “Sherlock Holmes – O jogo de sombras” e no ano seguinte se reuniu ao panteão de heróis da Marvel na super produção “Os Vingadores”, “trolando” todos os seus companheiros e se mostrando como um poderoso e carismático líder de equipe.
Após o sucesso dos “super-heróis mais poderosos da Terra” nas telas dos cinemas do mundo todo, o salário do astro se elevou ao mais alto nível, gerando negociações com a Marvel e Disney, detentoras dos personagens, para continuar vivendo suas aventuras nos filmes seguintes.
Esse ano, mais uma vez o Homem de Ferro risca os céus e vem arrecadando pilhas e pilhas de dinheiro. Ao que tudo indica, ele voltará em “Os Vingadores 2” e pode ser que apareça em mais filmes da Marvel, inclusive, na série de televisão baseada nos personagens da S.H.I.E.L.D.
Os próximos projetos de Robert Downey Jr. são “The Judge”, em fase de produção, com estreia prevista para 2014 e a nova aventura dos heróis Marvel, para 2015.
A trajetória profissional de Robert Downey Jr. só é ofuscada pelos seus problemas pessoais com álcool e drogas, que lhe acompanharam durante toda a vida e quase o destruíram num determinado momento.
Seu primeiro relacionamento, com a atriz Sarah Jessica Parker, quando a conheceu aos 19 anos nos sets de “Firstborn” terminou de forma conturbada sete anos depois por causa do vício. Mais tarde, já casado com Deborah Falconer, a vida de Downey Jr. foi marcada por muitas indas e vindas nas clínicas de reabilitação, até que se separaram, não havendo mais condições para o relacionamento.
Além das clínicas, Robert Downey Jr, teve diversas passagens por delegacias e celas de prisão, principalmente, por distúrbios à ordem pública. São conhecidos de todos os diversos casos em que o ator entrava em casas alheias movido pelo efeito do álcool. Ele não cometeu nenhum crime mais grave, como acontece algumas celebridades, sobretudo, usuários de drogas. Mesmo assim, as “passagens” pela cadeia foram muitas, manchando a carreira do ator e quase decretando seu fim.
No ano de 2001, o ator decidiu se internar por um longo período a fim de se livrar do vício, durante o tempo em que estava sendo realizado o processo de divórcio com Deborah, que se encerrou em 2004, com o ganho de guarda do filho pela mãe. Saído da reabilitação e trabalhando em “Na companhia do medo”, Robert conheceu sua segunda esposa (eles se casaram em 2005), Susan, uma antiga paixão do ator, que estava envolvida no projeto como produtora. Ele define a esposa como uma imprescindível ajuda na sua luta contra o álcool e as drogas.
Livre das drogas desde 2003, segundo ele mesmo, Robert Downey Jr. participa de programas de recuperação, terapias e pratica yoga e kung-fu, além de apoiar causas que se dedicam ao combate às drogas. Além disso, ele aprecia artes, considerando-as como meios para se fugir das coisas ruins que povoam nosso mundo.
Um ator com muita história pra contar e com talento e carisma suficientes para contar boas histórias. Um artista único, com uma característica que poucas das grandes estrelas possuem hoje em dia: humanidade. Robert Downey Jr. é humano, talvez, humano até demais. E é essa humanidade que o torna tão diferente em relação aos demais astros e estrelas do cinema. Não são muitos os casos em que intérprete e personagens estão tão amalgamados.
Este é Robert Downey Jr., o ator que escolheu ser ele mesmo em cada papel que viveu e ao mesmo tempo, todos os personagens são tão diferentes da pessoa que os interpreta.
OBSERVAÇÃO FINAL: Essas informações foram retiradas dos registros da S.H.I.E.L.D. e por alguma razão, não estavam nos arquivos secretos da organização.
Fonte: Wikipedia e IMDb.
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