segunda-feira, 11 de maio de 2015

Elizabeth Montgomery


Na década de 1960, ela encantou – literalmente! – homens e mulheres que assistiam à sua feiticeira na série da ABC. Mas não só naquela época. Quem não passou, pelo menos, uma parte da infância na frente da TV para acompanhar A Feitceira (Bewitched)? No Brasil, o programa foi exibido por diversos canais abertos, como Rede Globo, Bandeirantes e RedeTV!
Elizabeth Montgmery brilhou ao interpretar a personagem Samantha Stephens por oito temporadas, mas, segundo uma biografia sobre a atriz prestes a ser lançada nos Estados Unidos, Twitch Upon a Star, do escritor Herbio Pilato – de quem ela se tornou amiga ainda no auge da carreira nos anos 60 -, a atriz, que deixou todos os homens que cruzaram seu caminho apaixonados, sofreu… Tentando, um dia, ser feliz. Algo que, talvez, ela nunca tenha conseguido ser.
Complexo de pai
Os problemas começaram ainda na infância. Elizabeth era filha de Robert Montgomery, ator famoso da época, e viu seus pais se separaram (a mãe era artista da Broadway) enquanto ela ainda era adolescente. Desde então, passou a sofrer do que o autor chamou de “complexo de pai”.
“[Na vida sentimental] Ela estava sempre buscando pelo bad boy, algo que pode ter sido parte de sua rebeldia contra a figura paterna”, disse o escritor em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
A atriz, que cresceu em uma mansão em Hollywood cercada de pessoas famosas, estreou na televisão em uma série protagonizada por Robert Montgomery. Ao ser chamada para estrelar A Feiticeria, ela decidiu convidar o pai para fazer o papel de patriarca dela na história, mas ele se recusou.
“Ela era conflituosa: tentava agradar ao pai, ao mesmo tempo em que se rebelava contra ele. Quando ela o chamou para viver o patriarca na série, ele não quis. Acho que ele ressentia o fato dela ter se tornado uma estrela maior que ele”, argumentou Pilato.
A rivalidade entre os dois não ficava nas entrelinhas. Segundo o autor, quando Elizabeth participou do filme The Legend of Lizzie Borden, em que sua personagem assassinava os próprios pais, Robert teria dito “Você faria isso!”.

Casamentos tumultuados
Para compensar a falta de amor do pai, Elizabeth sempre se envolveu com homens mais velhos. O primeiro marido, Fred Cammann, era um homem da alta sociedade de Nova Iorque. Ela tinha 22 anos e ele, 48, a mesma idade que o pai dela – o que deixou o Senhor Montgomery indignado. Cammann queria que ela desistisse da carreira de atriz para se tornar dona de casa, mas como ela não aceitou, o casamento foi um insucesso.
O segundo marido foi o ator e vencedor do Oscar, Gig Young, vinte e cinco anos mais velho que ela. Young era alcoólatra e abusivo, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Elizabeth tentou salvar a relação, mas não teve jeito.
O terceiro casamento foi com o produtor de A Feiticeira, Bill Asher, com quem teve três filhos. Asher tinha muitas amantes e o relacionamento também não fluiu. O quarto – e último – marido foi o ator Robert Foxworth, quem ela conheceu vinte anos antes de se casar de fato. O casamento, no entanto, durou pouco, já que em 1995, um ano e meio após a cerimônia, a atriz morreu vítima de um câncer colo-retal.
A união com Foxworth ocorreu logo após o término de um affair com o polêmico Alexander Godunov, ex-bailarino que, mais tarde, tornou-se ator (Duro de Matar e A Testemunha). Elizabeth também conheceu o presidente John Kennedy, que tinha fama de se relacionar com todas as mulheres bonitas que cruzavam seu caminho. Mas, de acordo com o autor do livro, ele nunca soube de nenhum envolvimento entre os dois.

Desavenças amorosas também estiveram presentes nos bastidores de A Feiticeira. Uma paixão não-correspondida do ator Dick York – que interpretou o marido de Samantha nos primeiros anos do seriado – teria culminado na saída dele do show; ele  foi substituído por Dick Sargent nas últimas três temporadas. Na época, disseram que a troca se devia às fortes dores nas costas que York sentia e o impossibilitavam de trabalhar. Mas, segundo Pilato, York estava apaixonado pela atriz e a situação se tornou constrangedora nos bastidores.
Pé no chão
Diante de toda a instabilidade emocional, o que levava tantos homens a se apaixonarem por ela? Além de ser extremantente linda, Elizabeth era conhecida por ser “pé no chão” e não se deslumbrar com o mundo fantasioso e cheio de ambições de Hollywood. “Ela quis desistir da carreira antes de A Feiticeira estrear, mas o marido dela na época disse que ela era talentosa demais para não investir”, contou Pilato. Mais tarde, ela tentou deixar a atuação de lado outra vez. “Ela quis deixar a série depois da quinta temporada, mas ABC ofereceu tanto dinheiro, que ela não pôde recusar”.
Elizabeth morreu de câncer poucas semanas após o diagnostico da doença ter sido feito, em 1995, aos 62 anos. “Ela expulsou a família de seu leito de morte, queria morrer sozinha”. E assim o fez.
Pode até ser que, na vida real, os problemas da atriz não pudessem ser resolvidos com uma “mexidinha” de nariz, como fazia na série de TV. Mas que o ligeiro contorcionismo das narinas encantou muita criança, que, inclusive, imitava o gesto gracioso, ah, encantou. Mais do que isso, eternizou Elizabeth Montgomery.

Nenhum comentário:

Postar um comentário