sábado, 16 de maio de 2015
Bruce Willis
Walter Bruce Willis nasceu em Idar-Oberstein, antiga Alemanha Ocidental, em 19 de março de 1955. Filho de um soldado norte-americano enviado em missão durante a Segunda Guerra Mundial, David Willis e de uma garçonete alemã, Marlene, Bruce tinha mais três irmãos, David Jr., Florence e Robert, nascidos nos Estados Unidos. A família Willis se mudou para os EUA, já que a Alemanha vivia devastada e em crise nos anos que se seguiram ao final da guerra.
Assim, todos passaram a viver num pequeno bairro italiano de Nova Jersey chamado Penns Grove, onde Bruce passou a adolescência. O garoto era conhecido por seu bom humor e sua capacidade de chamar a atenção de todos, o que lhe rendeu a presidência do grêmio estudantil de sua escola. Mas a fama de brincalhão fez com que ele, certa vez, fosse expulso da escola, por levar a culpa numa confusão no refeitório, obrigando o pai de Bruce a procurar um advogado para reintegrar o filho novamente ao quadro de alunos. Agora sabemos de onde vem o humor ácido de John McClane.
A veia cômica de Willis, sempre rindo e mandando piadas, mesmo nas situações mais extremas (digo isso nos seus filmes, é claro) deriva de sua convivência com os ítalo-americanos, que “lhe ensinaram” a falar muito, sempre usando gestos. A gagueira na juventude não o impediu de conquistar a amizade de todos e o palco fez com que esse problema desaparecesse por completo.
Aos 17 anos, Bruce Willis se mudou para Nova York para tentar a carreira de ator, já que o palco foi a solução de seu problema. Como todo mundo que se muda para a cidade grande, ele começou a nova vida em pequenos empregos que pagavam pouco, como segurança de uma usina nuclear (será que ele conheceu algum Homer Simpson por lá?) e bartender. Detalhe, que após algum tempo no primeiro emprego, ele contraiu pneumonia e ficou um mês inteiro internado.
Depois que juntou dinheiro suficiente, se matriculou num curso de interpretação, mas não conseguiu ficar por lá por muito tempo, pois se considerava “inquieto” demais e não apreciava teoria. Ao longo dos meses, participou de algumas pequenas peças de teatro e em alguns filmes, em participações rápidas. Também conseguiu algumas pontas na televisão, como na série “Miami Vice”, um dos ícones dos anos 80.
Sua grande chance foi na série de televisão “A gata e o rato”, ao lado da estrela Cybill Shepherd, mesmo que o desejo dos produtores fosse de escolher um ator mais conhecido para trabalhar ao lado dela. Mais uma vez, o carisma e humor de Willis foram usados a seu favor, e ele ganhou o papel que mudaria a sua vida.
De 1985 a 1989, o tempo em que a série durou, Cybill e Bruce, que não se davam bem nos bastidores, protagonizaram brigas e aventuras nos episódios da bem-sucedida série de comédia, romance e suspense. Durante o intervalo das gravações pela gravidez de Cybill, Bruce Willis teve a chance de protagonizar o filme pelo qual ele sempre seria lembrado.
Em 1989 ele viveu o papel do policial de Nova York John McClane, que vai para Los Angeles passar as festas de Natal ao lado da família e tem que enfrentar sozinho um grupo de terroristas que invadiu o prédio de uma mega empresa.
“Duro de Matar” é considerado como um dos melhores filmes de ação de todos os tempos e revolucionou a forma de se fazer este tipo de filme a partir do final dos anos 80. Em lugar de “brucutus” armados até os dentes contra incontáveis inimigos, temos um policial aparentemente comum, cheio de sarcasmo, que se ferra todo, mas que está armado até os dentes.
O herói de ação não era mais indestrutível e infalível, mas um cara comum que só precisava de uma motivação para arrebentar com tudo. E Willis faz com que o personagem fique mais humano com suas piadas e seu sarcasmo natural. Hoje John McClane é considerado um dos heróis de ação mais populares do cinema e é um dos mais imitados nos filmes mais novos do gênero.
Duas curiosidades sobre o personagem John McClane: a cicatriz que o personagem tem em seu ombro direito é do próprio ator, devido a uma cirurgia sofrida por ele aos 17 anos, após ter quebrado o braço. E o papel foi recusado inicialmente por Arnold Schwarzenegger e Silvester Stallone, que não “toparam” atuar no roteiro da continuação de “Comando para matar”, originalmente concebido pelos produtores e que após essas desistências, foi remodelado e se tornou o filme que conhecemos.
Desde então, Bruce Willis se firmou como um dos nomes mais conhecidos e cultuados do cinema, quase nunca pelo talento interpretativo, mas pelo carisma em viver papeis descolados e por que não dizer, muito divertidos, para aqueles que não querem ver seriedade no cinema. Mesmo assim, Bruce tem em seu currículo alguns papeis dramáticos, até bem feitos, mas convenhamos, que o que os fãs gostam de ver na tela é o bom e velho Bruce mandando bala e botando pra quebrar, literalmente.
A filmografia do ator é uma das maiores de Hollywood, na maioria das vezes, como protagonista e neste ano de 2013, pelo menos dois filmes já estão garantidos, entre eles, o quinto episódio da franquia “Duro de Matar”.
Após a primeira aventura de McClane, Bruce Willis atuou em 1989 no drama de guerra “Fantasmas da guerra” e emprestou sua voz para o bebê Mike na comédia “Olha quem está falando”, protagonizada por John Travolta. Mais uma vez, Willis foi sucesso de bilheteria, mesmo sem ter que aparecer na tela.
No ano seguinte, participou da continuação de “Duro de Matar”, desta vez, enfrentando terroristas num aeroporto, sempre com sarcasmo e lutando para se manter inteiro. Também fez “Olha quem está falando agora”, agora como a voz do garotinho Mike e em “A fogueira das vaidades”, ao lado de outros grandes astros como Tom Hanks, Morgan Freeman e Melaine Griffith.
Em 1991, participou de “Pensamentos mortais”, suspense protagonizado pela sua futura esposa Demi Moore; da comédia “Hudson Hawk – O Falcão está à solta”, um divertido filme sobre um ladrão envolvido num roubo audacioso; atuou ao lado de Dustin Hoffman e Nicole Kidman em “Billy Bathgate – O mundo a seus pés”; e de “O último Boyscout”, sobre um detetive que investiga um crime no mundo do futebol americano.
Em 1992 participou apenas da comédia “A morte lhe cai bem” ao lado de Merryl Streep e Goldie Hawn. Ainda na comédia, já no ano seguinte, fez uma divertida participação especial na sátira “Máquina quase mortífera”, em que vive um quase John McClane depois de ter a casa explodida pelos vilões, que se enganaram de endereço.
Willis já era considerado o astro de filmes de ação, o que lhe rendeu o papel principal em “Zona de perigo”, ainda em 1993.
A terceira grande aparição de Bruce Willis no cinema foi em 1994, quando o diretor Quentin Tarantino o chamou para integrar seu elenco de estrelas em “Pulp Fiction – Tempo de Violência”. Desta vez, ele interpretou um papel dramático de um boxeador decadente, rendendo ótimas críticas ao ator. Após esse papel, participou de “O anjo da guarda”, como o “conselheiro” do personagem de Elijah Wood; do suspense erótico “A cor da noite”; e do drama “O indomável”, ao lado do grande astro Paul Newman.
Em 1995, pela terceira vez, interpretou o personagem John McClane em “Duro de Matar – A vingança”, tendo como parceiro o ator Samuel L. Jackson, que já havia trabalhado com ele no filme de Tarantino. Mais uma vez como parte de um grande elenco, participou de “Grande Hotel”, além de protagonizar a ficção apocalíptica de Terry Gilliam, “Os doze macacos”.
No ano de 1996, emprestou sua voz ao personagem Bruno, na série animada “Bruno, the kid”, como um menino de 11 anos contratado como espião de uma agencia super secreta. Também participou da animação “Beavis & Butt-head conquistam a América”, além do filme “O último matador”.
Em 1997 viveu o criminoso mestre dos disfarces em “O Chacal” e protagonizou a superprodução francesa “O quinto elemento”, num dos seus clássicos papeis de heróis improváveis, mas que dão conta do recado. Repetiu o papel na versão para videogames do filme de Luc Besson no ano seguinte.
Nos anos que se seguiram, continuou atuando em filmes de ação e algumas comédias, como “Código para o inferno”, “Nova York Sitiada” e um dos grandes sucessos de 1998, “Armageddon”, quando salvou o planeta inteiro de uma ameaça cósmica. Nada mais normal que um herói que salva o dia a cada filme, salvar o mundo todo de uma vez. Participou também neste ano do game “Apocalipse”, dublando um dos personagens. Em 1999, além dos filmes de cinema, o drama “A história de nós dois”; a comédia “À beira da loucura” e o estrondoso sucesso “O sexto sentido”, Willis voltou à sua casa, a televisão, e fez participações especiais na série “Ally McBeal”.
Bruce Willis terminou o século XX com participações na série de televisão “FRIENDS”; no suspense “Corpo Fechado”, novamente sob a direção de M. Night Shyamalan e atuando ao lado de Samuel L. Jackson; na comédia “Meu vizinho mafioso” e no filme para a família “Duas vidas”, em que seu personagem convive com uma versão criança de si mesmo.
O novo século não deixou que o ator se afastasse das telas por muito tempo, mantendo sua carreira em alta, com várias produções seguidas. Sua ironia e humor ácido foram vistos em “Vida bandida”, ao lado de Cate Blanchet e Billy Bob Thornton, seu único filme de 2001. Em 2002, participou de “A guerra de Hart”, mais um filme militar; de “O grande campeão”, mais um filme familiar; além da versão para televisão de “True West”, baseado na obra de Sam Shepard.
No ano de 2003, voltou aos campos de batalha em “Lágrimas do Sol”; novamente emprestou sua voz em “Os Rugrats e os Thornberrys voltam a atacar” e fez uma rápida ponta no filme “As Panteras Detonando”, como uma das vítimas da vilã da história, curiosamente interpretada por Demi Moore, que na época já estava divorciada de Willis.
Neste mesmo ano, assumiu o comando do famoso talk show da CBS, o “Late Show”, substituindo o apresentador David Letterman, que à época estava afastado por problemas de saúde. Bruce comenta sempre que essa experiência foi a única vez em que ele falou sério em toda sua vida.
Voltou em 2004 com “Meu vizinho mafioso 2” e teve uma participação não-creditada em “Doze homens e outro segredo” no mesmo ano. No ano seguinte, atuou em mais três filmes, mantendo sua média anual de pelo menos duas participações em cinema, com “Refém” e “Sin City – A cidade do pecado”, além de mais uma participação em televisão, no seriado “That’ 70 Show”.
O ano de 2006 foi bastante produtivo para o ator, que esteve em “Alpha Dog”, “Xeque-Mate”, “16 Quadras” Nação Fast Food – Uma rede de corrupção”, “Sonhando alto” (mais uma participação não-creditada) e em “Os sem floresta”, animação em que faz a voz de um dos personagens principais da história.
Repete em 2007 a parceria com o diretor Robert Rodriguez e atua em “Planeta Terror”; participa de “A estranha perfeita” e faz uma participação especial na aventura juvenil “Nancy Drew e o mistério de Hollywood”. E como seu maior personagem não poderia ficar muito tempo longe das telas, lançou a quarta aventura de John McClane, “Duro de Matar 4.0”, tendo que desta vez, enfrentar um novo tipo de vilão, mais condizente com os tempos modernos. Como se vê, nem o herói bem humorado, quanto seu protagonista pensam em aposentadoria.
Os anos de 2008 e 2009 foram pouco produtivos para o ator, que só esteve em dois filmes, “Fora de controle” e “Substitutos”, respectivamente. Mas 2010 marcou um dos momentos mais emblemáticos e pedidos por todos os fãs do ator e de filmes de ação em geral. Em “Os mercenários”, ele fez uma rápida, mas excelente cena ao lado dos parceiros e amigos Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, no que poderia e ainda pode ser o maior encontro de heróis de todos os tempos. Pelo menos, os heróis dos anos 80, que eram muito diferentes dos modernos, e bem mais legais.
Além do “duelo de titãs dentro de uma igreja”, Willis participou das comédias “Tiras em apuros” e “RED – Aposentados e perigosos”. Quem falou em aposentadoria mesmo?
Em 2011 participou do curta-metragem “The Black Mamba”; e dos filmes “Sem lei” e “Catch 44”. Ano passado, atuou em mais filmes: “O dobro ou nada”; “The cold light of Day”; no premiado e emocionante “Moonrise Kingdon”; na ficção científica “Looper – Assassinos do futuro” e finalmente teve a chance de mandar alguns tiros ao lado de Stallone e Schwarzenegger em “Os mercenários 2”. Os fãs esperam que ele esteja nos próximos filmes da franquia, já anunciados.
Para este ano de 2013, Bruce Willis continua firme e forte. Aliás, a força é o que ele quer mostrar, pelo menos em duas de suas produções anunciadas para este ano: “G.I.Joe: Retaliação” e “Duro de Matar: Um bom dia para morrer”, a mais nova aventura de John McClane.
Os próximos projetos de Willis são a continuação de “RED” e “Sin City”, além de “Kane & Linch” e “American Assassin”, previstos para este e o ano que vem.
Bruce Willis já trilhou um longo caminho desde que deixou sua terra natal para tentar a vida junto à família e depois disso, se virando do jeito que podia, sempre com o objetivo se ser reconhecido não só pelos seus vizinhos como uma pessoa bem humorada e sarcástica, mas pela maior quantidade de pessoas possível. Isso ele conseguiu com seu carisma e talento para interpretar personagens diferentes e sempre interessantes, mas acima de tudo, humanos. Aliás, demasiado humanos.
A maioria de seus personagens tem problemas de relacionamento ou sofrem de crises existenciais, tendo que usar a própria confiança e força para superá-los. É claro que em alguns casos, ele é jogado numa situação em que não queria estar, mas tem que lidar com ela do mesmo jeito. Sempre simpático, não liga muito para o que os outros dizem e prefere se ater ao trabalho para se mostrar ao mundo como alguém que tem algo a oferecer.
Bruce Willis se casou duas vezes: primeiro com Demi Moore, com quem teve três filhas, e atualmente, com Emma Heming, com quem tem um filho. Sempre se mostrou discreto em sua vida pessoal e procura não comprometer sua carreira profissional com a relação familiar.
Além da fama como ator, Bruce Willis também se destaca em outros ramos: na área empresarial ele fez sucesso e dinheiro ao lado de Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e da ex-esposa Demi Moore participando dos negócios na famosa rede de restaurantes Planet Hollywood, em 1991. E na parte artística, Bruce também é músico, já tendo gravado dois discos com sua banda “Bruce Willis & The Accelerators”, alcançando relativo sucesso.
A longa e bem sucedida carreira de Bruce Willis pode ser resumida numa frase que ele gosta de repetir sempre que pode: “Existem basicamente quatro histórias que eles podem escrever sobre você. Um: Você surge em cena. Dois: Você chega ao topo. Três: Você cai. E quatro: Você volta.”
Assim é Bruce Willis. Ator, músico, pai de família, enfim, um cara normal. Tão normal que tem que dar duro e fazer o impossível para se safar dos maiores desafios, mesmo que a maioria deles esteja cercada pelos quatro lados de uma tela de cinema.
Não posso me esquecer de fazer uma menção e homenagem ao saudoso Nilton da Matta, o dublador que foi a “voz de Bruce Willis”. Seu talento fez com que ficássemos ainda mais fãs desse ator.
Fontes: Wikipedia, Adoro Cinema e IMDb.
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