quarta-feira, 15 de abril de 2015

Laura Cardoso


Laura Cardoso


Filha, neta e bisneta de portugueses, Laurinda de Jesus Cardoso Balleroni nasceu no dia 13 de setembro de 1927, em São Paulo, no bairro do Bexiga. Pioneira da televisão no Brasil, Laura é umas das atrizes que mais atuou na TV, com mais de 50 novelas no currículo. Foi casada com o ator, roteirista, diretor e produtor de televisão Fernando Baleroni.

Apesar da resistência inicial dos pais, começou sua carreira de atriz aos 15 anos, participando de radionovelas em várias emissoras de São Paulo. A primeira delas foi a Rádio Cosmos, no bairro da Consolação. Na Rádio Tupi, a convite do diretor Anselmo de Oliveira, trabalhou muito com o autor Otávio Gabus Mendes, pai de Cassiano Gabus Mendes e um dos pioneiros do rádio.

Laura Cardoso viveu o começo da televisão brasileira, e das telenovelas, então transmitidas ao vivo. Fez sua estreia em um programa da TV Tupi, o Tribunal do Coração (1952), escrito por Vida Alves, e participou de novelas importantes da emissora, como Um Lugar ao Sol, adaptada por Dionísio Azevedo da obra de Theodore Dreiser, e Ídolo de Pano, de Teixeira Filho. Paralelamente, trabalhava também na Excelsior, na Record e na Cultura.

Começou a trabalhar na TV Globo em 1981, a convite de Daniel Filho. Naquele ano, atuou na novela Brilhante, de Gilberto Braga, no papel de Alda Sampaio, mãe da personagem interpretada por Vera Fisher. Em seguida, fez duas novelas na TV Bandeirantes: Ninho de Serpente (1982), de Jorge Andrade, e Renúncia (1982), de Geraldo Vietri.

De volta à TV Globo, entre 1982 a 1984, fez quatro participações no programa Caso Especial. Em 1983, integrou o elenco da novela Pão-Pão, Beijo-Beijo (1983), de Walther Negrão, no papel de Donana. Atuou em outras duas novelas do autor: Livre para voar (1984), quando interpretou a personagem Carolina, e Fera Radical (1988), como Marta.

Em Rainha da Sucata (1990), de Silvio de Abreu, Laura Cardoso interpretou Mariana, uma mulher que trabalhava numa garagem consertando carros e era mãe do personagem Renato Maia (Daniel Filho). Em seguida, em Felicidade (1991), de Manoel Carlos, viveu a matriarca milionária Cândida Peixoto, mãe de Álvaro Peixoto (Tony Ramos).

Em seguida, atuou nos remakes de três novelas de grande sucesso, duas delas escritas pela autora Ivani Ribeiro. A primeira foi Mulheres de Areia (1993), quando interpretou Isaura Araújo, mãe das gêmeas Raquel e Ruth, vividas por Glória Pires. Em 1994, em A Viagem, foi Guiomar, uma personagem que era possuída por espíritos. No ano seguinte, esteve no elenco da segunda versão de Irmãos Coragem, escrita por Gloria Perez a partir do original de Janete Clair.

Ainda em 1995, Laura Cardoso voltou a participar de uma trama de Gloria Perez, dando vida à cigana Soraya, em Explode Coração, primeira novela gravada na nova sede da Central Globo de Produção, o Projac. Em seguida, atuou em Salsa e Merengue, de Miguel Falabella, como Ruth, uma socialite que roubava e enganava todos. Entre 1996 e 1997, fez participações especiais nos seriados A Vida Como Ela É... , Sai de Baixo e A Comédia da Vida Privada.

Em 1998, sua infância no bairro da Bela Vista a ajudou a compor a personagem Deolinda, a matrona italiana de Vila Madalena, de Walther Negrão. Na trama, Deolinda era casada com Ângelo (Flávio Migliacio) e mãe do protagonista Xavier Solano (Edson Celulari). Naquele ano, também atuou em Meu Bem Querer, de Ricardo Linhares. Dois anos depois, deixou a TV Globo para trabalhar na novela Vidas Cruzadas, da TV Record.

Ainda nos anos 2000, de volta à TV Globo, participou do elenco de A Padroeira (2001), novela idealizada por Walter Avancini e escrita por Walcyr Carrasco. Em seguida, viveu novamente uma imigrante italiana, em Esperança (2002), de Benedito Ruy Barbosa, e trabalhou em Chocolate com Pimenta (2003), de Walcyr Carrasco, interpretando a divertida avó Carmem, do núcleo caipira.

Laura Cardoso participou pela primeira vez de uma minissérie da TV Globo em 2005. Sob a direção de Luiz Fernando Carvalho, trabalhou em Hoje É Dia de Maria, emprestando sua voz à personagem Senhora dos Dois Mundos – a avó que contava histórias para a neta Maria. Participou também da segunda jornada da minissérie, exibida no mesmo ano, quando interpretou Nossa Senhora. Ainda em 2005, fez uma participação na novela Belíssima, de Silvio de Abreu.

No ano seguinte, trabalhou no remake de O profeta, adaptada por Duca Rachid e Thelma Guedes do original de Ivani Ribeiro, no papel de Abigail, uma mulher que cuidava de um restaurante junto com o marido. Também em 2006, participou do programa Xuxa – Especial de Natal, interpretando a Mãe Natureza. Em seguida, integrou o elenco da novela Duas Caras (2007), de Aguinaldo Silva, como Alice, mãe do personagem principal, Ferraço (Dalton Vigh).

Voltou a atuar num remake ao fazer uma participação especial como Prosópia em Ciranda de Pedra (2008), adaptação por Alcides Nogueira do romance de Lygia Fagundes Telles. Também fez uma participação na novela Desejo Proibido (2008), de Walther Negrão, no papel de Sebastiana. Em 2009, Laura Cardoso foi escalada para trabalhar em Caminho das Índias, novela que marca o retorno de sua parceria com a autora Gloria Perez. Na trama, a atriz interpreta uma matriarca indiana, a Laksmi Ananda, mãe de Opash (Tony Ramos).

Ao longo de sua carreira, Laura Cardoso ganhou diversos prêmios por sua atuação no teatro. Em 1990, recebeu o Prêmio Shell de melhor atriz pelo trabalho em Vem Buscar-me que Ainda Sou Teu, escrita por Carlos Alberto Sofredini e dirigida por Gabriel Villela. Voltou a ganhar o prêmio em 1993, com a peça Vereda da Salvação, em que atuou sob a direção de Antunes Filho.

No cinema, participou de mais de 20 filmes. Estreou em Imitando o Sol (1964), de Geraldo Vietri. Nos anos 1990, fez uma participação especial em Terra Estrangeira, de Walter Salles. Por sua atuação em Através da Janela, de Tata Amaral, ganhou o prêmio Lente de Cristal de melhor atriz no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, em 2000. No ano seguinte, recebeu o Grande Prêmio Cinema Brasil de melhor atriz por Copacabana, de Carla Camuratti.

Por seu trabalho no cinema, no teatro e na televisão, a atriz Laura Cardoso foi homenageada pelo governo brasileiro em 2006, quando recebeu a Ordem do Mérito Cultural, em cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2006, dividiu o palco com Sérgio Britto na peça Outono e Inverno, do sueco Lars Norén. No ano seguinte, encenou o espetáculo Eu me chamo Dinorah, de Janete Clair.

No final de 2010, ela estreará uma peça ao lado do ator Herson Capri. O espetáculo terá apenas dois personagens e ela será mãe de Herson.

Participações em Cias/Grupos

Pequeno Teatro de Comédia

Teatro

2008 - Hoje Eu Me Chamo Dinorah
2006 – Outono e Inverno
1993 - Vereda da Salvação
1990 - Vem Buscar-me que Ainda Sou Teu
1989 - A Cerimônia do Adeus
1981 - Os Órfãos de Jânio
1980 - A Nonna
1977 – Volpone
1977 - Crimes Delicados
1968 - As Criadas
1959 - Plantão 21

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