Durval de Lima, o Xororó
Não é exagero dizer que a história de Chitãozinho & Xororó se confunde com a da música sertaneja da atualidade. Afinal, são praticamente quarenta anos de total dedicação à vida artística. Sempre com os mesmos objetivos do início da carreira: produzir música com amor, qualidade e inovação, independentemente dos momentos altos e baixos dentro do gênero musical sertanejo e das constantes ? e cada vez mais bruscas ? mudanças no mercado fonográfico.
Mas não foi da noite para o dia que José Lima Sobrinho e Durval de Lima transformaram-se em Chitãozinho & Xororó, nomes nacionalmente conhecidos e respeitados pelo grande público. Foram anos de muito trabalho e dedicação ? incluindo inúmeras apresentações em circos e com investimentos do próprio bolso ? para alcançarem o status de ícones da música sertaneja e, também, uma marca de sucesso. Persistência, garra e amor à música foram palavras de ordem para que eles acumulassem a marca de 35 milhões de discos vendidos, 31 álbuns inéditos, três DVDs, dois prêmios Grammy, centenas de discos de ouro, platina e diamante, programas de televisão, homenagem da X-9 Paulistana com samba-enredo contando sua história entre outros muitos feitos.
Os irmãos de Astorga, no Paraná, foram os primeiros sertanejos a tocar em rádios FM no Brasil e a incluir banjos e guitarras elétricas neste estilo musical. Isso sem jamais perder a essência da música de raiz sertaneja. Também foram os primeiros deste estilo musical a colocar o país no topo das paradas da Billboard.
Ao longo de todos esses anos, mostraram que nunca houve o mínimo espaço para o preconceito. Dos cabelos mullet ? mania nacional na década de 80 ? às calças justas, botas e chapéu que marcaram uma geração, eles comprovaram que no quesito versatilidade eles sempre estiveram acima da média.
O sucesso começou em 1978 com "60 Dias Apaixonados" ao conquistarem o primeiro disco de ouro da carreira. Dois anos depois, triplicaram as vendas com "Amante Amada", 600 mil cópias, e levaram para casa disco duplo de platina. Mas foi com "Fio de Cabelo", do álbum "Somos Apaixonados", de 1982, que aconteceu, de fato, a grande explosão da dupla. A música estourou nas rádios do Brasil e o disco alcançou o número de 1,5 milhão de cópias vendidas, tornando-se um marco na carreira de Chitãozinho & Xororó e rompendo as barreiras do preconceito contra o gênero sertanejo.
A partir daí, eles tiveram o privilégio de deixar mais dezenas de clássicos na história da música sertaneja como, por exemplo, Se Deus Me Ouvisse (1986), Fogão de Lenha (1987), No Rancho Fundo (1989), Evidências e Nuvem de Lágrima (com Fafá de Belém) (1990), Brincar de Ser Feliz (1992), Página de Amigos (1995), Alô (1999), Frio da Solidão (com Roupa Nova, 2001), Sinônimos com Zé Ramalho (2004), A Majestade o Sabiá, com Jair Rodrigues, Arrasta uma Cadeira, em 2005, uma composição de Roberto Carlos e Erasmo Carlos feita especialmente para cantarem com a dupla e, segundo os autores, levou catorze anos para ficar pronta; entre muitas outras.
Em 2012, Chitãozinho e Xororó ganhou o Grammy Latino na categoria melhor álbum sertanejo, com o disco "Chitãozinho & Xororó 40 Anos Sinfônico", que foi feito junto a Orquestra Filarmônica Bachiana SESI-SP, regido pelo maestro João Carlos Martins.
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