Francarlo Reis
Ator e diretor, Francarlos Reis formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC), em 1965. Em seguida, foi estudar no Rio. Sonhava em seguir a carreira de diplomata, mas em uma viagem a Londres, em 1969, assistiu ao musical Hair, que provocou uma transformação radical em sua vida.
Abandonou os estudos e, como também era formado em música, passou a tocar piano numa boate em Copacabana, onde recebeu um convite do ator Armando Bogus para fazer um teste para um musical, que por coincidência era justamente a montagem carioca de Hair. Ele fez o teste e passou a integrar o coro do espetáculo.
Com mais de 60 espetáculos teatrais no currículo, Francarlos Reis iniciou sua carreira em 1970. Em 2002, quem assistiu ao espetáculo Em Moeda Corrente do País, que tinha texto de Abílio Pereira de Almeida e direção de Silnei Siqueira, jamais esqueceu sua atuação, que unia a dor e a indignação de um honesto e apagado funcionário público, o papel lhe valeu uma indicação para o Prêmio Shell.
Cinco anos depois, mais uma interpretação marcante provou a versatilidade de seu talento. No musical My Fair Lady, ele cantou, dançou e brilhou ao dar vida ao picareta Alfred, um divertido bon vivant que é em tudo oposto ao citado funcionário.
Atuou sob o comando de grandes diretores brasileiros, entre eles José Renato, fundador do Arena, Jorge Takla, Flávio Rangel, Gianni Ratto, Antônio Abujamra, Fauzi Arap e Silnei Siqueira. Deu vida a personagens criados por Molière, Chekhov, Vianinha, Millôr Fernandes, José Vicente, Gogol, Gorki, Alcides Nogueira, Mário Viana e muitos outros.
Todo ator tem seus trabalhos prediletos, não necessariamente os de maior sucesso de público e crítica. Francarlos Reis tinha o seu, era Pasolini, Morte e Vida, texto do francês Michel Azama, encenado no Brasil pelo norte-americano Stephan Yarian. Destacava também O Doente Imaginário, de Molière e direção de Silnei Siqueira, como um dos espetáculos que mais lhe proporcionou prazer ao atuar.
Francarlos Reis participou também de: A Capital Federal (1972); Os Órfãos de Jânio (1981); O País dos Elefantes (1989); O Inspetor Geral (1994); Abzoluta/i> (2002); Memórias do Mar Aberto: Medéia Conta Sua História (2004); <>Operação Abafa (2006), dentre outros espetáculos.
Atuou pouco em TV, fez a novela Venha Ver o Sol na Estrada, sob direção de Antunes Filho, na Record, em 1973. Fez ainda algumas participações em teleteatros na TV Cultura, entre eles Vestido de Noiva, mais uma vez sob direção de Antunes e participou das séries As Cinco Panelas de Ouro e Senta que lá vem Comédia, ambas na TV Cultura.
Ainda na televisão, Francarlos chegou a participar da novela do SBT, Chiquititas (1997) e da série da Globo Carandiru, Outras Histórias (2006). Em 2007, o ator também atuou no filme Onde Andará Dulce Veiga?, longa dirigido por Guilherme de Almeida Prado, uma adaptação do livro de Caio Fernando Abreu.
Em 2007, Francarlos esteve no musical West Side Story e em 2008, participou da peça <.A Cabra ou Quem é Sylvia?, dirigida por Jô Soares e ao lado de José Wilker e Denise Del Vecchio.
Aos 67 anos, foi encontrado morto por um amigo, em seu apartamento em São Paulo. Teve um infarto fulminante.
Francarlos estava no elenco do musical A Noviça Rebelde, encenado no Teatro Alfa, em São Paulo, no papel de Max Detweiler. O espetáculo não interrompeu a temporada e o ator foi substituído por Dudu Sandroni. O ator foi homenageado por todo o elenco na sessão do espetáculo que aconteceu um dia após a sua repentina morte.
Teatro
1970 – Hair
1972 - Capital Federal
1977 – Um ponto de luz
1994 - O inspetor geral
1981 - Os Órfãos de Jânio
1982 - O Jardim das Cerejeiras
1984 - Com a pulga atrás da orelha
1988 - O Doente imaginário
1989 - O País dos Elefantes
1990 – Pequenos Burgueses
1994 - O Inspetor Geral
1997 – Medéia
2001/2002 - Abajour Lilás
2002 – Abzoluta!
2002 – À Puttanesca
2002 – Em Moeda Corrente do País
2004 - Memórias do Mar Aberto: Medéia Conta Sua História
2006 - Operaçao Abafa
2007 – My Fair Lady
2008 - West Side Story
2009 - A Noviça Rebelde
Diretor
1983 – Comunhão de Bens
1985 - O dia em que Alfredo Virou a Mão
1997 – Pasolini, Morte e Vida
2004 – Os Arquivistas
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