Revolucionário italiano (1808-1882). Liderou a reunificação da Itália, depois de fragmentada durante séculos em várias cidades.
O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi foi o homem cuja liderança possibilitou a unificação da Itália pela primeira vez desde a época dos imperadores romanos. Nascido em Nice, que hoje fica na França, ele se juntou ao movimento nacionalista liderado pelo patriota genovês Giuseppe Mazzini (1805-1872), na época em que tinha cerca de vinte anos de idade.
Depois da queda do Império Romano no século V, a Itália se fragmentou numa porção de cidades-Estados independentes. No final da Idade Média, diversas cidades-Estados, como Veneza e Gênova, tornaram-se potências comerciais mundiais. E durante o Renascimento, Florença, capital da Toscana, tornou-se o centro da arte e da cultura. No século XVIII, porém, o poder das grandes cidades-Estados havia declinado, e potências estrangeiras, como a Espanha, França e especialmente a Áustria, passaram a dominar politicamente a Itália. Em 1796, Napoleão Bonaparte invadiu a Itália e enfraqueceu o controle austríaco no norte da região. Então, ele incorporou Nice e Savóia à França – onde continuam até hoje –, e várias outras partes, incluindo a Toscana. Em outras partes da Itália, ele reformulou as cidades-Estados como repúblicas segundo o modelo francês.
Na década de 1830, muitos grupos, incluindo a Jovem Sociedade Italiana, de Mazzini, tinham começado a reivindicar uma Itália unificada e independente. Garibaldi, então soldado e líder de guerrilha, era o típico jovem que aderiria à causa da liberdade italiana. Forçado a deixar o país em 1834, ele passou algum tempo nos Estados Unidos e lutou na Rebelião do Rio Grande do Sul, no Brasil, em 1836. Em 1848, quando a revolução irrompeu na França e na Áustria, e o povo da Itália também se rebelou, ele voltou para casa e se uniu aos patriotas que atuavam em Roma e em suas redondezas. Forçado a fugir uma segunda vez, ele foi para os Estados Unidos, mas em 1859 retornou à Itália.
Em 11 de maio de 1860, Garibaldi atracou na Ilha da Sicília com mil homens – conhecidos como "Os Mil" ou "camisas vermelhas", devido à cor da roupa que vestiam – para iniciar sua campanha militar. Depois de conquistar a Sicília e de estabelecer um governo provisório, ele uniu forças com o rei da Sardenha, Vitório Emanuele II (1820-1878), que havia anexado a Lombardia a seu reino em 1859. Juntos, eles libertaram os estados italianos, um a um. Em 1861, Vitório Emanuele foi coroado rei da nova Itália unificada.
Em 1866, a Itália se aliou com a Prússia em sua guerra contra a Áustria, e, como resultado, Veneza foi anexada h Itália no mesmo ano. Os Estados Pontificais também foram incorporados, mas Roma continuou a ser protegida pelos franceses, que queriam que o papa ficasse independente do reino da Itália. Depois da derrota dos franceses pela Prússia na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e do colapso do império francês, Roma foi anexada à Itália e se tornou a capital de um país totalmente unificado. Garibaldi atuou no Parlamento italiano em 1874. Morreu em 2 de junho de 1882, em sua casa na Ilha de Caprera.
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