sábado, 16 de maio de 2015

Jennifer Connelly


O mito grego de Pandora fala da primeira mulher que existiu no mundo, criada pelos deuses como uma punição aos homens pelos seus desmandos e ousadias. Cada deus lhe conferiu um atributo: graça, beleza, inteligência, persuasão, paciência, meiguice e habilidades artísticas para que fosse vista como uma “encarnação divina” na Terra. Mas em meio a todas essas qualidades, Hermes deu a Pandora, a mentira e a traição, o que a tornaria um “mal irresistível” aos olhos e corações dos homens. O maior castigo dos deuses se fez presente no mundo dos homens sob a forma de mulher, sob a imagem de Pandora.

Pandora, movida pela curiosidade extrema, um de seus atributos divinos, abriu uma caixa que pertencia a seu esposo, Epimeteu, irmão de Prometeu, e desse objeto, escaparam todos os males existentes no universo. Fechando a caixa logo em seguida, Pandora só conseguiu manter dentro a esperança, que se tornou o maior tesouro do universo e motor de todas as ações humanas desde então.
Hoje não vivemos mais em tempos mitológicos, mas certas histórias jamais deixaram de existir em nossa realidade. A presença de uma mulher sedutora, bela e cheia de atributos, como Pandora, continua a existir à nossa volta, e se manifesta sob a forma de Jennifer Connelly que se mostra na tela como uma deliciosa e perigosa tentação. É impossível não se deixar seduzir por essa morena de olhos claros, corpo escultural e talento magistral quando o assunto é atuação.

Se o cinema se inspirar na mitologia grega e buscar para si um “mal irresistível”, certamente esse será Jennifer Connelly. Para se entender o porquê de tamanha fascinação, é preciso que sua história seja conhecida. E eu posso contar essa história…

Jennifer Lynn Connelly nasceu em 12 de dezembro de 1970, na cidade de Nova York e é filha de um fabricante de roupas (Gerard) e de uma comerciante de antiguidades (Eileen). A garota tem ascendência irlandesa, judia, polonesa, norueguesa e russa. Uma mistura perfeita de etnias, combinada de maneira primorosa.

Jennifer viveu a maior parte de sua infância em Brooklin Heights, bairro próximo à Ponte do Brooklin, um dos cartões postais mais conhecidos da cidade de Nova York. Durante quatro anos, a família morou em Woodstock, na mesma cidade, mas voltaram ao bairro natal, onde Jennifer ingressou na Saint Ann School.

A beleza de Jennifer associada às circunstâncias da vida renderam à garota uma promissora carreira desde muito cedo. Um amigo de seu pai, dono de uma agência de publicidade, viu na menina a chance de lançá-la como modelo. Já aos 10 anos, após testes bem-sucedidos, o rosto de Jennifer passou a ser visto regularmente em jornais e revistas para logo ganhar as telas em comerciais de T.V.

Carismática diante das câmeras, Jennifer chamou a atenção de um diretor de elenco, que se interessou pela moça e a apresentou ao famoso cineasta Sergio Leone, que buscava por uma garota dançarina para seu filme “Era uma vez na América”, que seria lançado em 1984. Neste mesmo ano, a garota ainda fez uma participação no seriado de televisão “Tales of the Unexpected”.
No filme de Leone, a jovem atriz interpretou o papel de Deborah, e um fator determinante para sua escolha, além da beleza e do talento comprovados pelo diretor, foi o seu nariz, muito parecido com o da atriz Elizabeth McGovern, que interpretaria a mesma personagem em sua fase adulta. Ou seja, Jennifer tinha tudo a seu favor para brilhar também nas telas de cinema.
“Era uma vez na América” marca a estreia de Jennifer Connelly no cinema.
Ela continuou atuando como modelo, em ensaios de moda e nas passarelas, mas se sentia desconfortável com essa vida, por se achar tímida demais. Não gostava que tirassem fotos suas, afirmava. Num de seus trabalhos, em meados dos anos 80, no Japão, ela gravou uma música no idioma local, o que fez com que todos pensassem que ela era fluente em japonês. Os agentes e produtores viam que ela era muito mais do que uma linda garota.
No ano seguinte, estrelou seu primeiro longa-metragem, “Phenomena”, de Dario Argento, um dos mais celebrados diretores do cinema de horror.  Jennifer interpreta uma garota com o poder de controlar os insetos, que conhece um pesquisador que a ensina a dominar esse dom, ao mesmo tempo em que tenta desvendar uma série de assassinatos.
“Phenomena”, de Dario Argento é o primeiro filme de Jennifer Connelly como protagonista.
Ainda em 1985, Jennifer participou do filme “Sete minutos no paraíso”, sobre as experiências e conflitos de três adolescentes. Um filme típico para a garota, que como a maioria das adolescentes dos anos 80, teve seus “momentos”, como falsificação de identidade para entrar em lugares proibidos, uso de roupas pretas e muito rock n’ roll, sobretudo, a banda The Cure, sua favorita naqueles tempos.
Em cena do filme “Sete minutos no paraíso”.
O ano de 1986 foi marcante na vida de Jennifer Connelly. Primeiramente, por ela ter ingressado na famosa Universidade de Yale, se transferindo para a Universidade de Stanford, tempos depois, para estudar Artes Dramáticas, sem concluir o curso. Nas telas, ela estrelou aquele é um dos seus filmes mais conhecidos, “Labirinto – A Magia do Tempo”, verdadeiro clássico dos anos 80, ao lado do roqueiro David Bowie.
Arte do filme “Labirinto – A Magia do Tempo”.
Na história, Connelly é Sarah, uma adolescente sonhadora que parte em busca do irmãozinho raptado pelos duendes comandados por Jareth (Bowie). Durante sua jornada pelo mundo mágico dos duendes, ela encontra diversos personagens fantásticos. O filme foi dirigido por Jim Henson, o criador dos Muppets e da Vila Sésamo. O diretor afirmava que tinha encontrado a atriz perfeita para o papel assim que Jennifer entrou na sala para fazer o teste. E grande parte da trilha sonora é composta pelo próprio David Bowie.
O músico, inclusive, se encantou pela jovem, comparando-a com a diva do cinema Elizabeth Taylor, devido à pele alva, os cabelos escuros, os traços finos e os olhos claros de Connelly.
Nos anos seguintes, Jennifer desapareceu das telas, até que em 1988, ela participou do filme “Essas garotas”, em que ela vive Gabriella, namorada do personagem de Patrick Dempsey. Ao ver a garota neste filme, o famoso diretor e ator Dennis Hopper a convidou para participar do filme “Um local muito quente”, em 1990, mas que não fez muito sucesso com o público. Mas o mais importante é que ela voltava às luzes de Hollywood para alcançar na nova década uma fase mais bem-sucedida em sua carreira de atriz.
Cartaz de “Essas garotas”.
Em 1991, ela foi convidada para participar de um projeto ambicioso da produtora “Touchstone”, um dos braços dos estúdios Disney. Em “Rocketeer”, Connelly interpreta Jenny, a namorada do piloto Cliff Secord e alter-ego do herói voador Rocketeer, vivido por Bill Campbell.
Em “Rocketeer” como a sedutora Jenny.
Duas curiosidades interessantes: Na época de seu lançamento, a Disney noticiou que o casal principal do filme iria se casar na vida real, o que não aconteceu. E a personagem de Connelly é inspirada na musa “pin-up” Bettie Page, ícone da cultura fetichista americana nos anos 50.
No filme, Jennifer tem o visual inspirado na musa dos anos 50, Bettie Page.
Ainda em 1991, Jennifer Connelly participou dos filmes “Construindo uma carreira”, como Josie, uma garota que apronta “altas confusões” ao lado de um rapaz, presos numa loja de departamentos durante uma noite.
No ano de 1992, ela participou de “The Heart”, dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto, no papel de Emma Burgess, uma misteriosa garota que desperta a paixão de seu irmão.
Após isso, ela participou do drama “De amor e de sombras” (1994), do suspense “O preço da paixão” (1996) e de “Círculo de paixões”, mais um drama de época, lançado em 1997 e que marca a primeira parceria da atriz com o diretor Ron Howard, produtor deste filme.
De musa “teen” nos anos 80 a papeis variados nos anos 90.
Em 1998 ela participou do suspense de ficção “Cidade das sombras”, dirigido por Alex Proyas (O Corvo). O filme fez sucesso e bilheteria, o que rendeu a Jennifer Connelly um contrato com a emissora FOX para estrelar um seriado chamado “The $treet” em 2000. No mesmo ano, ela participou de “Réquiem para um sonho” do polêmico diretor Darren Aronofsky, sobre o envolvimento de pessoas com drogas pesadas e os delírios sofridos por elas. Também participou da cinebiografia “Pollock” sobre o famoso artista marginal norte americano Jackson Pollock, vivido por Ed Harris, que também dirigiu o filme.
http://youtu.be/6bz4hEsQZnY
Ainda em 2000, ela atuou em “Amor maior que a vida”. Já o ano de 2001 marcou a consagração de Jennifer Connelly como atriz, quando ela recebeu o Oscar de “Melhor Atriz Coadjuvante” por seu papel em “Uma mente brilhante”, de Ron Howard, ao lado de Russel Crowe.
No novo século, a atriz continuou representando em diversos filmes, diversificando-se em produções dramáticas como “Casa de areia e névoa” (2003), “Pecados Íntimos” e “Diamante de sangue”, ambos de 2006, e em filmes mais leves como “Ele não está tão a fim de você” (2009). Neste meio tempo, a atriz apareceu ainda na aventura “Hulk”, de Ang Lee e lançada em 2003, no papel da cientista e interesse romântico do personagem, Betty Ross; esteve ao lado do “alienígena” Keanu Reeves no remake de “O dia em que a Terra parou” (2008) e atuou na versão americana do horror japonês “Água Negra” (2005), dirigido pelo brasileiro Walter Salles.
No ano de 2009, Jennifer emprestou sua voz para a animação futurista e sombria “9 – A salvação”, mantendo uma de suas características mais marcantes na atuação, a versatilidade na escolha dos papeis que interpreta. No mesmo ano ela interpretou Emma Darwin, esposa do naturalista britânico Charles Darwin na produção “Criação”. Charles Darwin é interpretado pelo ator Paul Betany, casado com Jennifer e que tem dois filhos com ela, Stella e Agnes, nascidos em 2003 e 2011, respectivamente. O casal se conheceu nos sets de “Uma mente brilhante” e também atuaram juntos em “Coração de Tinta” de 2008. Connelly também tem um filho com o fotógrafo David Dugan, chamado Kai, nascido em 1997.
Seu filme mais recente é a comédia “O Dilema”, de 2011, novamente sob a direção de Ron Howard e ao lado de astros como Winona Ryder e Channing Tatum e Vince Vaughn .
Além do cinema e da carreira de modelo, Jennifer Connelly participou de dois clipes de artistas famosos. Um é da música “Union of the Snake”, da banda inglesa Duran Duran, mas numa participação pequena; e em “I drove all night” de Roy Orbinson, em 1990 (dois anos após a morte do cantor e compositor). Este clipe é marcado tanto pela ótima música de Orbinson, quanto pelas cenas quentes entre Connelly e o astro de “Barrados no Baile”, Jason Priestley. Mais uma das qualidades dessa Pandora, ser sensual quando necessário. E quando é necessário? Em todos os momentos.
Essa característica é encarada como natural por ela, principalmente, em cenas mais ousadas ou de sexo. Cenas de amor são tão normais quanto qualquer outra. Trata-se apenas de “onde colocar cada parte do corpo”, segundo suas próprias palavras.
Como se uma beleza única e tanto talento não fossem suficientes, Jennifer é praticante de esportes variados como natação, ginástica, ciclismo e caminhada e fluente em francês e italiano. Também gosta de desenhar, cavalos, Filosofia e Física Quântica. Ou seja, se não é a perfeição, está próxima a ela.

Poucas atrizes do cinema conseguem ser sensuais sem exagero, sem caras e bocas, apenas com a simples presença. E muito menos conseguem exalar sensualidade pelos poros tendo um rosto tão angelical quanto o de Jennifer Connelly. Realmente, trata-se de algo vindo dos deuses. Um presente proibido ou uma maldição irresistível? Pessoalmente, eu considero as duas possibilidades, já que elas representam tão bem a força, beleza e talento de Jennifer Connelly. Mais que uma bela mulher ou uma excelente atriz, Jennifer Connelly é uma constante surpresa, algo que buscamos com ímpeto a todo instante, pelo simples prazer de contemplar tão perfeito ser.

E nunca um gosto por cores se enquadrou tão perfeitamente a uma pessoa. Suas cores preferidas são o azul cobalto, o verde musgo e tons verde-acinzentados, como a cor do mar. O mesmo mar que trouxe a vida para o mundo e que em toda a sua imensidão, representa o poder dos deuses na mitologia e das maravilhas que existem à nossa volta. Maravilhas como Jennifer Connelly.


FONTES: Wikepedia, YouTube e Cineclick.

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