
Apesar de tão conhecido e celebrado, Scorsese não teve só êxitos em sua carreira. Depois de um começo turbulento, as críticas negativas de “New York, New Nork” (1977) fizeram-no afundar-se na depressão e no consumo de cocaína, vício do qual De Niro o livrou. Anos mais tarde, as críticas atrapalharam a distribuição do filme “Kundu” (1997), que contava o início da vida do Dalai Lama e hoje é uma peça praticamente esquecida da filmografia do diretor. Além disso, outro efeito colateral desse fracasso é que não é permitida a entrada de Scorsese no território do Tibete.

Não é só nos filmes comerciais que Scorsese se aventura. Sendo um homem de muitos interesses, ele já rodou documentários dos mais diversos temas, entre eles a história do Blues, a vida do Beatle Geroge Harrison e um show dos Rolling Stones. Certamente seu mais conhecido empreendimento no mundo dos documentários é “O último concerto de rock / The Last Waltz” (1978), sobre a apresentação final do conjunto The Band. Outra paixão do diretor é o cinema clássico. Marty foi influenciado por uma série de diretores fantásticos do passado e conta mais de 13 mil filmes assistidos em sua vida de cinéfilo. Ele já fez documentários sobre o cinema italiano e os filmes clássicos e atualmente assina uma coluna mensal no site do canal americano TCM, destacando alguns filmes imperdíveis da programação. E sem dúvida sua maior ode aos pioneiros do cinema é “A Invenção de Hugo Cabret / Hugo” (2011), ganhador de cinco Oscars.
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Além de dirigir, Martin também é responsável pelo roteiro de alguns de seus filmes e é o produtor de tantos outros. No entanto, vez ou outra ele decide dar uma de Hitchcock e aparece brevemente em cena. Uma exceção é o filme “Sonhos” (1990), dirigido pelo japonês Akira Kurosawa, que convidou Martin para interpretar o pintor Van Gogh. Em mutias ocasiões apenas sua voz é ouvida, como em “O Aviador” (2004), no qual Francesca, sua filha mais nova, também faz uma participação. A filha do meio, Domenica, começou nos filmes do pai e hoje é diretora e roteirista. Só a primogênita Catherine não seguiu carreira no cinema. E não são só as filhas que têm espaço garantido nos filmes de Scorsese: seus pais também já fizeram breves aparições.
Depois de seis indicações infrutíferas, Scorsese ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Diretor com “Os Infiltrados / The Departed” (2006). Além do prêmio máximo do cinema, ele também conquistou Globos de Ouro, Palmas de Ouro em Cannes e até Grammys. Em 2011 ele recebeu um Emmy de Melhor Diretor pelo episódio piloto de uma das mais celebradas séries da atualidade, Boardwalk Empire. Muitos títulos especiais também foram-lhe conferidos em diversas áreas.
Considerado pelos fãs (como esta que escreve) e pela crítica especializada como um dos maiores diretores de todos os tempos, Martin altera com maestria o filmes sangrentos e biografias emocionantes. Trabalhar com ele é um sonho de consumo para qualquer ator de Hollywood. Seus próximos projetos incluem um drama histórico, uma adapatação de uma novela de crime e uma cinebiografia de Frank Sinatra. Sem dúvida serão mais sucessos de bilheteria que continuarão inesquecíveis pelos próximos setenta anos.
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